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BOTAR NO AR, OPERAR E RESISTIR!...
Rádio Comunitária Diversidade
Para que se possa compreender o surgimento da Rádio Comunitária DIVERSIDADE é necessário analisar duas rádios que se entrelaçaram... De um lado, o sisTEma VV; Do outro, a Rádio Atitude Jovem. Duas realidades, duas histórias e uma única idéia de melhorar a vida de todas as comunidades. O Sistema VV “A Voz do Verona” fundada em 2000.
Num mundo onde as pessoas estão cada vez mais isoladas, separadas e alienadas, a mídia corporativa tem um papel importante em manter as coisas do jeito que estão. Caminhando de mãos dadas e para o mesmo caminho que as elites opressoras, a mídia corporativa representa uma das principais bases de sustento do modo de (des)organização em que nos encontramos. Os movimentos sociais, que já têm suas dificuldades para se organizar, precisam estar conectados entre si para analisar as propostas e ações e para fazer um panorama dos erros cometidos. Como podem fazer isso se não sabem o que acontece aos outros movimentos?
Os grandes veículos de comunicação se escondem atrás do mito da “imparcialidade”. Mas como uma pessoa pode ser imparcial? Cada um de nós encara um acontecimento de uma maneira diferente, de um ponto de vista diferente. Esse ponto de vista é flexível ao contexto histórico e aos interesses de quem o vê. Sempre existe um pouco de nós quando falamos sobre os outros. Não pode fazer sentido que aquelas palavras imprimidas no papel do jornal são as únicas palavras possíveis para descrever algo acontecido. Uma notícia é uma história e um fato é um fragmento de um momento, contado por alguém que passou por muitas experiências e que tem muitos interesses. Mesmo que não queira, colocará algo de si naquela história.
É preciso, de acordo com isso, fazer com que as comunidades e os grupos e os movimentos de resistência estejam em contato, para poderem organizar as atividades e propostas de mudanças. Se o Estado só distribui as concessões para corporações econômicas da mesma classe, que retribuem favores ideológicos para ele, é fácil perceber que devemos manter nossa vontade de comunicar fora dele. Através de redes horizontais e bem estruturadas, podemos começar e ampliar milhares de debates e criar fóruns.
A maneira que nós encontramos foi o rádio. Em 2004 um grupo de pessoas envolvidas com diferentes trabalhos de comunicação ( Sistema VV e Rádio Atitude Jovem ) se uniram e deram origem a esse projeto de comunicação social batizado de Rádio Comunitária Diversidade, nossa proposta é abrir espaço para todos as pessoas e seguimentos que não tem espaço na grande mídia com objetivo de unir a todos e assim abrir caminhos para alcançar as melhorias que desejamos para nossas comunidades. Democratizar a comunicação esse é o caminho para conseguirmos a liberdade de expressão que é direito nosso e exigimos que seja respeitado.
Nossos princípios são poucos, mas importantes:
- Nossa rádio não tem autorização federal, mas é legítima. Temos plena consciência de que não conseguiremos passar por cima dos milhares de pedidos de legalização no Ministério das Comunicações e queremos nos manter nessa condição;
- Não temos interesse em fazer parcerias com entidades ditas grandiosas, pois isso só limitaria nossa liberdade, já carente, de falar o que for relevante;
- As Instituições religiosas não terão representatividade na rádio por acreditarmos a que ela não existe para defender denominações e sim para trazer a idéia de respeito e igualdade entre todas as crenças. Mas isso não impede que pessoas religiosas façam parte do coletivo, contanto que respeitem a diversidade de opiniões .
- Não admitimos programas preconceituosos seja contra raça, orientação sexual, gênero etc.
- Cada Diretor, Conselheiro, Apresentador e Sócio deve participar da construção da rádio como um todo, portanto, deve se envolver com sua manutenção. E deve, também, perceber que somos contra a mídia corporativa por considera-la anti-democrática e como uma das bases que mantém as pessoas alheias ao que acontece nos bastidores das decisões sobre as políticas mundiais.;
- Por último, mas não menos importante, nossa rádio é apartidária. Não somos porta vozes de nenhum partido, seja qual bandeira ele carregue. Pessoas filiadas a partidos podem participar do coletivo, desde que não usem a rádio para divulgar interesses partidários.
O que queremos alcançar Dias Melhores para todas as Comunidades, a fim de construir as bases para uma nova maneira de fazer o mundo.
Como se diz que tudo passa pela comunicação, pergunto: como as comunidades pobres vão ter acesso aos seus direitos, se não têm acesso à comunicação? A culpa é da sociedade? Como pode ser? Se há processos tramitando há nove anos no MC! Pior ainda: quando abre um Aviso de Habilitação, só se consegue atender o prazo parcialmente, pois a burocracia é feita exatamente para prejudicar. E ainda: porque as emissoras comerciais também não passam por processo de licitação?
Outra questão: São muitas cidades condenadas a não terem direito à comunicação comunitária. A Capital paraibana, possui mais de quinze emissoras de rádios comerciais, e, apenas uma comunitária! É desigualdade demais. Muito pior: uma rádio comunitária não tem dono, mas, existem empresários que, apenas um, possui vinte rádios.
Em todos os estados brasileiros, dois ou três grupos mantêm o monopólio da comunicação; controlam a mídia que, serve apenas para a busca selvagem do lucro, exploram funcionários, desrespeitam os direitos humanos e ainda fazem campanha dando uma do bons. Precisamos abrir a CAIXA PRETA dos meios de comunicação no Brasil.
A Imagem está passada para a sociedade, que no primeiro mandato do governo Lula foram reprimidas mais de sete mil rádios comunitárias.
18h50 11/10/2005
Será aberto nesta quinta-feira, às 19h, no Auditório do Sesi-Centro, o I Seminário de Comunicação Comunitária, promovido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (Secom), com o tema "A comunicação construindo a cidadania". O evento deve reunir cerca de 200 participantes, entre representantes de organizações não-governamentais, associações, rádios comunitárias e jornais de bairro. O objetivo é discutir temas relacionados à democratização e à legislação referentes ao funcionamento dos meios de comunicação, especificamente, os alternativos. O seminário também servirá como um recenseamento dos organismos de comunicação comunitária que atuam na cidade.
O diretor da Divisão de Comunicação Comunitária da Secretaria de Comunicação Social do Município (Secom), Ednaldo Alves, informa que a realização do evento foi uma iniciativa do Fórum de Comunicação Comunitária, integrado por mais de 50 representantes de entidades ligadas ao assunto. A idéia, segundo ele, recebeu o apoio da Prefeitura de João Pessoa, "que acredita na organização popular como uma forma de fortalecimento da democracia. Durante as discussões do fórum, sentimos a necessidade de criar um momento de aprofundamento das discussões que haviam sido levantadas", disse.
Três debatedores que participam das discussões ligadas ao tema em várias partes do País foram convidados para falar sobre o assunto: o jornalista do Núcleo Piratininga de Comunicação (RJ), Vito Giannotti; o deputado federal Fernando Ferro (PT/PE), que tem trabalhado com legislação pertinente aos meios de comunicação comunitária, principalmente rádios e TVs, e o jornalista Celso Schroder, representante da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. O gerente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na Paraíba, João Batista Furtado, também foi convidado para o evento.
Inscrições e censo – Segundo Ednaldo Alves, até a manhã desta terça-feira (11) mais de 90 pessoas haviam confirmado participação. Ele acredita que o número de participantes deva chegar a 200, levando em conta que muitas pessoas acabam optando pela inscrição na hora do evento. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até a quinta-feira (13) à noite, quando acontecerá a abertura do evento, que deve contar com a participação do prefeito Ricardo Coutinho (PSB). O seminário continua durante todo o dia da sexta-feira (14), com palestras e debates e pode se estender até o sábado (15), com a formação de grupos de estudos.
Durante as inscrições, os participantes preenchem uma ficha com seus dados pessoais e informações sobre a entidade, associação ou meio de comunicação que representam. A partir daí, a Diretoria de Comunicação Comunitária da Secom terá condições de fazer um censo sobre as entidades que atuam em JP. "Será o primeiro levantamento do tipo na cidade", destacou Alves.
A força da atividade – Os jovens Marcelo Ricardo, 20 anos; Daniele Evangelista, 19, e Ricardson Dias, 18, integram o grupo de mais de 50 pessoas responsável pela rádio comunitária Diversidade, que funciona há cerca de quatro anos no Jardim Veneza. Eles já confirmaram a participação no evento, porque acreditam e vivenciam a força da comunicação comunitária no dia-a-dia.
"Esperamos que o assunto comece a ser discutido com mais profundidade na cidade, depois deste seminário. Nossa esperança é que seja criada uma lei que regulamente o funcionamento das rádios comunitárias, para que possamos sair da ilegalidade", disse Marcelo.
Segundo esses jovens, depois da implantação da rádio comunitária no bairro, a população ganhou mais voz e vez. Eles disseram que durante um programa de rádio, o povo criticou o trabalho do agente comunitário do bairro. No outro dia, a diretora do Distrito Sanitário procurou a comunidade para saber do problema. Resultado: segundo os meninos, o Município contratou mais agentes e o serviço melhorou 100%.
fonte: http://www.joaopessoa.pb.gov.br/noticias/?n=1966No dia 6 de Dezembro de 2006 a ANATEL tentou invadir sem autorização judicial a Rádio Comunitária Diversidade FM que fica no Jardim Veneza, região Sudoeste do município de João Pessoa no estado da Paraíba. Três supostos policiais federais sem identificação chegaram por volta das 15:00h a serviço da ANATEL, no momento em que três adolescentes iniciavam a transmissão de um programa humorístico " se vacila ganha uma jaca" . Os agentes tentaram invadir a casa da proprietária do terreno onde está construído o estúdio da rádio e ameaçaram prender todos os presentes que resistiram e impediram a invasão. Um dos diretores da rádio saiu para a rua para discutir com eles. Depois de duas horas, eles foram embora sem que qualquer apreensão houvesse sido feita, mas com a promessa de que retornariam no dia seguinte (quarta-feira, dia 7).
A Rádio Comunitária Diversidade FM surgiu há um ano como fruto da união de duas outras rádios comunitárias com o intuito de aprimorar as atividades e fazer uma melhor comunicação comunitária. Há 12 dias eles vêm transmitindo em FM, antes disso, a transmissão era feita através de falantes em postes. A área de transmissão abrange cerca de 80% da comunidade de aproximadamente 22.000 moradores.
A ação chamou a atenção dos moradores da comunidade que já se mobilizaram para apoiar a rádio. Segundo relato, a rádio trouxe para a comunidade idéias como o direito de livre expressão, igualdade e cidadania, além de fortalecer em muito a união local.
12 de Abril de 2007. A Rádio Comunitária DIVERSIDADE FM 96.7, que
funciona na comunidade do Jardim Veneza em João Pessoa-PB, teve seus
equipamentos de transmissão apreendidos pela ANATEL em conjunto com a polícia federal.
A rádio existe há 5 anos como rádio poste e 3 anos no sistema FM. Em dezembro de 2005, a mesma ANATEL tentou invadir a rádio, mas foi impedida pelos seus diretores e pelos moradores da comunidade. Na ocasião, não possuíam mandato e a rádio teve que pagar multa de R$700,00 após essa visita da ANATEL.
Desta vez, eles possuíam mandato de busca e apreensão expedido pela
juíza substituta da 1ª vara WANESSA FIGUEIREDO DOS SANTOS LIMA. Em posse do mandato, os 4 agentes da ANATEL e os 2 oficiais de justiça levaram quase todos os equipamentos da rádio, deixando apenas os amplificadores que servem para ligar as rádio de poste que abrange a comunidade do Jardim Veneza em João Pessoa - PB.